quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Sem Título #02

Cansado e perdido
Em busca de um abrigo
Alguma fuga da rotina
Que forneça dopamina

Queria poder fugir de tudo
Levando tudo comigo
Viver num mundo onde o futuro
Não precise ser temido

Produzindo pra compartilhar
O necessário pra sustentar
Uma vida com dignidade
Coexistindo em comunidade

Continuo perseguindo
Esse sonho distante
Que parece tão lindo
E está sempre no horizonte

Encurralado em um canto
Encolhido e aos prantos
Meu coração implora liberdade
Paz, amor e igualdade

Uma peça sobressalente
De um jogo já completo
Que se tornou demente
Por excesso de afeto

domingo, 10 de julho de 2016

Desilusão

Tomo um gole de esperança
Só pra rir da minha cara
"Ora, não seja criança
O tempo fere mais que sara"

Construí à minha volta um mausoléu
Que decorei com todo meu fel
E agora só resta esperar
A hora da minha hora chegar

Preso em infinito estado taciturno
Perdido em longos ócios noturnos
Nada me comove ou motiva
E a alegria cada vez mais esquiva

Insensível sem um pingo de esperança
Oceano revolto de dor e aspereza
Sonho com o fim que me acalanta
Sono eterno, refúgio da tristeza

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Fim dos Tempos (pós-Modernos)

Velhas torres de vidro e cimento
Prevalecerão ao passar do tempo
Mesmo quando todas as vidas
Que a preenchem forem esquecidas

As ruas antes sobrepujadas
De borrachas motores e latas
Abrirão seu caminho vazio
Como um leito seco de rio

E a natureza outrora exilada,
Subjugada a ser explorada
Retomará o que sempre foi seu
Como luz redentora no breu

E a ordem natural de tudo
Voltará ao caótico equilíbrio
Recriando todo o mundo
Arruinado por um de seus filhos